7 de dezembro de 2012

a mais um 08 de dezembro.


E vai chegando essa data de idade nova e minha consciência vai fazendo uma análise do rumo que minha vida tomou durante esse ano, e como não podia ser diferente recorro à escrita para poder organizar essas ideias.

Posso afirmar que esse foi o ano do divisor de águas da minha vida. Dias de decisão, dores, escolhas e consequências, foi o ano que escolhi para cuidar de mim e olhar única e exclusivamente para mim, o que implicou em dizer que consequentemente fiz algumas pessoas sofrerem. Resumia meu mundo a satisfazer a vontade dos outros, a submissão dos meus desejos em pró das vontades e felicidade de duas pessoas que sempre foram prioridades para mim, mas tinha esquecido (ou nunca aprendi na verdade) durante todo esse tempo de que nós só podemos fazer outra(s) pessoa(s) feliz a partir do momento que estamos felizes e realizadas, não era esse sentimento que me dominava, eu era impulsionada pelo sentimento de culpa e obrigação, do quê eu nunca soube explicar...

Larguei tudo e decidi enfrentar a vida, a procura de uma felicidade que ainda me parece utópica, fui a busca de uma liberdade que eu ainda não senti totalmente e tenho tentado encontrar um paz que não conhecia, a paz interior. Entrei em crises existenciais que pareciam eternas, senti a dor do abandono em carne viva, pulsando dentro de mim e mostrando que o processo de conquista e aceitação é complicado e difícil, a dor faz parte do amadurecimento. Fui julgada, condenada, massacrada, pisada e tachada como inconsequente e ruim o que aumentava a dor do meu íntimo e a dúvida: qual caminho eu tomei?

Tive que causar dor ao ser que eu mais tentei proteger da dor, levei sofrimento para a pessoa que eu mais amo, aquela a quem dedico minha vida, a quem por muitas vezes apaguei minhas vontades para poder realizar as suas, o maior motivo de minha garra e meu maior exemplo, minha mãe! Precisei colocá-la diante da dor de ver as malas prontas para poder ir em busca de um cuidado pessoal que até em tão eu não conhecia, sei que ela até hoje não entendeu, mas aceitou e me apoiou e sou grata a ela por isso.

E na hora que pensei que nada mais me pudesse acontecer cai de pára-quedas na vida de 12 serzinhos lindos e carinhosos, onde eu pude ver novamente a inocência e a esperança da forma mais pura e verdadeira que poderia, eles me trouxeram uma esperança desmedida e assombrosa, a experiência mais emocionante que pude viver até hoje. Recebi a confiança de duas pessoas que acredito terem sido anjos enviados para minha vida, como forma de mostrar que nada tava perdido e que se eu quisesse eu era capaz, eu quis, eu fiz e espero que tenha superado as expectativas, eu sei que dei meu melhor.

Em linhas gerais posso resumir esse ano à força, garra e determinação. Eu quis, eu me joguei, eu tentei e, em parte, consegui. O caminho que eu tanto queria fazer, o cuidado especial que eu queria poder ter por mim, o amor próprio que eu tanto procurava tem aparecido, tem acontecido e tenho vivido, entre trancos e barrancos tenho me superado e mostrado a mim mesma que posso e que eu sou capaz de muito mais. Quando eu penso que minha cota esgotou consigo me levantar e fazer de novo por onde valer a pena, pra poder por fim dizer a mim mesma que eu tentei e que se não deu certo é porque não era para mim.
E que eu possa contar com todos que contei até agora, que posso ser abraçada pelo amor sincero, que eu continue a dar o meu melhor em tudo e que eu possa sorrir meio as lágrimas, tenho mais um ano pela frente para poder tentar fazer diferente novamente, não posso e não vou desistir agora.

Parabéns para mim!