30 de maio de 2012



"Você falou que não ia fugir, que não ia desistir, e agora simplesmente sumiu..."


No final quando se vê está só. E eu nunca senti tanto o peso da solidão como agora. Eu não me acostumo, acredito que nunca. Lembrei-me de um amigo que diz que a solidão é inspirada e poética. Eu preferia viver sem fazer o teste se isso é verdade ou não. Eu preferia mil vezes ter o prazer de 15 dias atrás. Perder dói, crescer mais ainda, eu não me dou bem com despedida, com o que o tempo arranca de mim sem dá aviso prévio, eu preciso sentir que estou viva, e que meu corpo também. 
Nada é meu nem nunca foi, acredito que não nasci pra ter nada a me esperar, só pra ter que esperar, ficar a disposição e na espera de alguém que eu sei que nunca vai ficar, porque ninguém nunca fica. Todas as minhas palavras são de exagero, mas só se sabe o que eu sinto quando se vive, ter a solidão como companhia nunca é o melhor. Ela dói na cabeça, no corpo, no peito, dói até na respiração ofegante e perturbada das madrugadas infinitas. 
Eu não tenho como apagar o que sou, o que fui, não tenho como negar o passado que traçou meu presente. Preciso aprender a conviver com o que construiu minha história sem ter medo da reação de outrem. Os dias de sol são tão poucos, e por vezes eu não soube aproveitar, queria poder dominar sentimento, mandar em paixão, em amor, e dedicar tudo isso que tenho em mim a alguém que de verdade quer compartilhar minha vida, com ou sem os problemas.
Tentei resolver isso com bebida e acabei fazendo mais merda, deixei por fim aos princípios e sentimentos que ainda comando minha cabeça perturbada. Lembrei-me de B.G.C, das palavras e cuidados, do dia que cai de bicicleta e pela primeira vez senti a preocupação e cuidado dele para comigo. Como eu gostava daquilo, como era bom ter a mão estendida e o telefone disponível nas minhas crises nervosas. E eu, novamente, deixei meus medos e monstros passados invadir e dominar aquela história...eu sinto imensamente a falta daqueles dias, necessariamente dos cuidados. Eu preciso disso, eu preciso de carinho, atenção, cuidado e alguém pra se preocupar. Alguém de coragem, que tome de conta e me leve agarrado na mão, sem deixar soltar ou ficar no meio do caminho.
No final eu sou só mais uma menina, cheia de medos, insegura e porraloca, que precisa de limites, "redia", barreiras e antes de tudo, de ser amada. Eu sei que o amor tomaria conta de mim, da minha vida, da minha cabeça e não me deixaria mais invadir meu mundo de solidão e medo, me faria dormir tranquila e sossegada, invadida por cuidado e atenção, sem ter medo de cair, por saber que o teria pra levantar. Eu não acredito que serei feliz sozinha, nunca. Eu sinto isso, e já tentei dessa forma, o resultado tem sido trágico. Eu só quero cuidado, comida quente e uma taça de vinho.
As lágrimas cá estão. Isso foi um desabafo, uma forma de exorcizar tanta dor e apego, gosto desse blog, sinto que escrevo pra todo mundo e ao mesmo tempo pra ninguém, não vejo manifesto alguém além o dos meus olhos que não cessa e não me dá sossego. Era tudo que eu queria, o "aproxego" dos braços pequenos e fortes...

27 de maio de 2012

"a saudade ainda vai bater no teto"


Não sei explicar se me acostumei, apaixonei ou me apeguei a ter teu corpo toda terça a noite. Mais sei que sinto tua falta e quero você desesperadamente mais. Eu senti falta do teu pêlo e colo, me aflige loucamente quando lembro a forma que me despedi de você da última vez. Aquilo não era eu, definitivamente! Eu preciso te mostrar que meu sorriso e desejo ainda são os mesmos, meu querer é infinitamente maior e eu preciso sorrir com você novamente. Meu corpo sente falta da reação que teu sorriso e olhar causa em mim. Eu preciso provar que ainda sou tua a cada noite que vens, e até mesmo nas que não estais, porque prazer verdadeiro só consigo sentir quando me perco no movimento do teu corpo.
Você é especial menino, eu tenho que te falar isso, entende? Mas tem que ser aqui, deitado do meu lado, no meu quarto escuro e na minha cama barulhenta. Me mostra que eu posso e faz o possível e até um pedaço do impossível pra vim emaranhar tuas pernas em meu corpo e me dá a certeza que você nunca esteve longe dos meus sonhos. Os problemas se foram, a sombra passou, ficou o sorriso e a vontade de você. Se quiser despedir depois eu deixo, mesmo que doa eu deixo, mais me deixa ser você mais uma vez, nem que seja só uma vez...

5 de maio de 2012

"Recordações e nada mais..."

E se foi. Pela primeira vez tive medo da partida, porque com ela vinha a quase certeza da despedida. E aconteceu. Sem nem olhar nos olhos se foi e deixou a angústia de um dia não voltar. E não voltou, não vai voltar. Meu coração angustiado, doido, calejado, apertado, experiente e idiota já sabe, não voltou porque nunca ficou. 
Foi aquele cheiro de chuva que anima o sertanejo em tempo de seca. Foi um prato de feijão quente pra quem sente fome de mais de mês. Foi cobertura de morango em um domingo de sol, que quando se está no melhor pedaço do sorvete ele falta. Foi minha cerveja gelada em dia de copa do mundo... Mas meu time perdeu. Fiquei apenas com uma camisa, onde ainda guardo os vestígios dos líquidos que eram expelidos por ele. Meu corpo esfriou, minha boca secou, o que permanece molhado ainda são meus olhos, que não esfria as lágrimas, não acalma meu coração e não me dá paz. A paixão é cruel, é atormentadora, destruidora, ingrata... eu não sei em que parte me perdi que esqueci do conselho do poeta: “a paixão quer sangue corações arruinados...” Tudo ruiu, caiu, acabou... 
Ninguém fica, porque nada nasceu pra ficar, aprendi a me despedir entre sangue e dor, mais com a boca seca, olhos entre lagrimas vazias, para poder desabar só. E depois da tempestade vem a bonança, não é isso que dizem?? Assim que seja, pra mais um, ou pra nenhum...