20 de março de 2012

Para um poeta


Eu vivi um sonho. Um sonho desses que se vive acordado. Eu beijei e toquei o sonho, eu deitei no braço e escutei o coração acelerado. Eu tive medo de olhar nos olhos, mas a energia do impossível me permitiu ver além do que eles podiam me mostrar. Eu confiei e segurei na mão, deixei ser levada por espasmos de tempo que mais pareciam segundos incontáveis. Sorri junto, beijei e amei da forma mais intensa que não deixei ser até hoje. Deixei o lado mais violento, intenso e romântico em mim existente extravasar qualquer pudor da razão, deixei “me” ser todos os meus extremos. Eu fui sem medo da partida, mesmo tendo apenas ela como certeza, fui como se o dia não fosse acabar e como se tudo estivesse resumido aquele sentimento, que ainda me é desconhecido. Esqueci da vida, dos problemas, do vento, da chuva, do calor, do erro, e das horas de atrasado, eu vivi como se aquele fosse o primeiro e único. Mas que NÃO seja. Não foi preciso promessa, palavras vans, erros de juras levianas, o olhar falou, o corpo falou, o coração prometeu. Fui afetada, fui invadida, fui contagiada... Preciso sentir de novo, cheirar, beijar, olhar. Mesmo que seja por mais um dia, mais um sonho, mais uma incerteza certa, mas que seja até quando puder ser. O querer me levou, o querer me segurou, o querer me envolveu, e eu não o largarei, não o largarei... Até a próxima loucura, até o próximo sol, som, noite, até a próxima despedida sem dor, só de afeto, afeto, afeto...

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