11 de novembro de 2012

A doença chamada solidão


Sofro de solidão. Do vazio da existência e da falta de motivo de viver. Sofro pela ausência de amor correspondido e história compartilhada, sofro pela falta de compreensão. Dói as ações que são interpretadas erradas, o vazio da noite comprida, fria e solitária, machuca a lacuna que tem na vida diante das possibilidades de um SE... Ninguém entende sorriso mascarado, felicidade fingida, solução não solucionada, é tudo teatro, uma tentativa de mostrar alto controle e o que de verdade tem lá dentro é um alguém medroso, inseguro e infantil, que precisa de colo. 

Solidão é pior do que ser esquecida, porque se alguém te esquece é pelo motivo de um dia ter lembrado, a solidão é a ausência até disso. É uma doença que engole cada ação de viver, engole o silêncio e sua tentativa de fazer poesia diante da ausência do som, engole seus olhos, seu sono, sua intenção e vontade do diferente, ela engole as esperanças. Sufoca seu choro no travesseiro, suas lembranças de uma possível felicidade ocorrida no pretérito, devora suas marcas de satisfação e seu estimulo de viver. Daí fica assim, sem vontade de qualquer coisa, sem intenção de nada, sem inspiração pra tudo. 

E a palavra que resume o turbilhão que invade seu íntimo é infelicidade, é procurar exaustivamente coisas, álcool, tempo, um espaço, uma ação que sirva de esconderijo para que se possa esquecer a dor da palavra SÓ, onde seja possível esconder-se da verdade que suas ações transviadas te levaram, que possa deixar o tempo passar pra quando chegar o momento de deitar a cabeça no travesseiro a dor da ausência do outro não enlouqueça o resto de sanidade que ainda se tem.  A dor que fica guardada dentro de algum lugar que não capacita a identificação e vai comendo a gente aos poucos, até escurecer tudo, e quando você se vê já foi...

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