31 de outubro de 2012

À Bruna Nunes, com amor.


Simplesmente desista. Entregue os pontos, deixe pra mais nunca, coloque de lado, esqueça a esperança, perca o trilho e pare de ilusão. O amor, carinho, afeto, atenção ou qualquer nome que possa ser dado não nasceu para ser destinado a todo mundo, alguns apenas nascem para ser o amor e não ter o amor, se assim podemos ser entendidos. Você nunca saberá o que é poder ter alguém a amar e ter o mesmo em troca, alguém pra poder chamar de cúmplice e compartilhar sonho e futuro incerto, você nasceu pra ser sempre a pessoa certa mais no momento errado na vida de quem com você tiver a “sorte” de se envolver. A frase: “você é uma pessoa fantástica, se tivesse aparecido á um tempo atrás teria dado certo...”  foi formulada pensando em você e em ilusões futuras. O que tinha de perdido no caminho foi intencionado a você, deve ter sido por isso que você nasceu com a paciência em dobro. Ser entendida, aceita e afagada, considere-se excluída do time, o discurso de querer afeto e ser levado pelo braço simplesmente não será aceito.
Bruna, esse é o seu destino, aceite, todos os amores vão passar, levando alguma coisa de você, e você? Ficará na mesma solidão e sendo embalada pelas mesmas músicas bregas e cerveja gelada de final de semana, conforme-se e não procure afogar no álcool a lembrança de ninguém , é em vão, surgirão mais para você lembrar, sentir e sofrer, acho que foi pra isso que você nasceu, pra compreender mas nunca ser compreendida. E mesmo que pareça um discurso exagerado só sabe-se o que sente quem compartilha constantemente do sentimento do desprezo e da palavra DEPOIS, isso não vai mudar, pelo menos não pelos próximos 20 anos...
De sua solidão ninguém vai saber, de sua dor ninguém vai compartilhar, quem mandou você querer mostrar que é sempre legal e compreensiva? Acho que a imagem de mulher decidida e forte não colou muito né? Deveria ter caído na mesmice e ter virado namoradinha perfeita, com pranchinha em cabelo e tudo, roupinha da moda e um sorriso no rosto, sempre aceitando paredões abertos e mexendo a bundinha. Será que assim você não seria feliz, baby?  Será que esse tipo de ilusão não teria feito de sua vida mais colorida e completa ao ponto de você não sentir as lágrimas escorrer pelo rosto como fel? Ao estado de você ser assim, sim, intitulada com submissa, mas tendo ao lado alguém que diz te amar e escreve declarações escandalosas no facebook? Alguém que possa mudar o status de solteira sofrida e que possa te passar mensagem escritas AGENTE PODE SER FELIZ, e que mesmo com o português errado te tirar um sorriso do rosto? Alguém que encheria sua vida de dores mais que adoçaria sua boca de doces embaladas por ilusões bregas enquanto você acaba sua vida em balcões que vendem mais ilusões dos que a sua vida está cheia? Quantas vezes você quis escolher, querida, e acabou por fim sozinha porque aquele carinha que parecia compartilhar dos mesmos gostos ecléticos que o seu decidiu dividir sua vida com alguém bem mais comum e menos "doidinha"? Você poderia ser  "comum" não? Quais foram às escolhas que fizestes, baby? Aí está as consequências dela, respire, aguarde e sorria, você está só e assim será por mais tempo do que sua esperança possa existir. A verdade dói, mas ela será sua companheira, e nada mais vai mudar, tenha isso apenas como certeza. Por fim. 

30 de outubro de 2012

Quero FICAR só com você!


E mais uma vez consegui ser idiota o suficiente pra não ter coragem de te dizer o que meus olhos gritavam na tentativa de ser compreendido sem necessariamente ter que balbuciar alguma palavra. A minha demência e vergonha não me deixaram te explicar o verdadeiro sentido de querer ficar com você! A vontade de ser invadida por tuas dúvidas, medos e angustias, de querer tuas mudanças repentinas e sentimentos complicados, de poder ficar do lado, nem que fosse em silêncio, quando o que te aflige invade-se o consciente e te coloca-se em qualquer limite, de me perder no azul perfeito dos teus olhos que tem a ressaca do mar em noite de lua cheia, o quanto eu quero poder dar-te o carinho que você disse precisar, a atenção que eu sei que é necessária e os cuidados que ambos carecemos,  de dizer que você pode contar comigo, que eu quero poder te ajudar e que gosto da tua forma de querer viver.
      Deixei correr 72horas ao teu lado sem conseguir a coragem necessária para poder falar que o que eu preciso na verdade é de companhia, cuidado, atenção e que eu posso até me tornar uma pessoa normal se eu conseguir alguém com disponibilidade de sentimento e paciência. Eu não sou doidinha não, sou só uma idiota que deixa as oportunidades passarem assim, na tentativa de querer demonstrar o que eu não sou e o que eu não sinto, quando na verdade o que eu quero é pedir pra ficar do meu lado e cuidar de mim, que seja pra mim cúmplice, amigo e amante e que possamos ter um ao outro, até quando puder ser, para descobrirmos sabores, cheiros, lugares e sensações novas, compartilhadas pelo teu sorriso. Mas de novo não falei, não gritei, não deixei ser entendida e nem expus o que de verdade eu sentia naquele momento, entre aquele intervalo de gozo e o cheiro dos corpos colados de suor, no teu sorriso ao acordar e nas palavras que ouvi você balbuciar enquanto entrava em seu mundo de sono acreditando você que eu dormia quando na verdade ouvia seus movimentos e o que você tentava dizer pra mim. Eu quero aquele beijo no meu rosto enquanto eu durmo de novo, quero ouvir teus poemas e comer das tuas invenções em manhãs que começam no meio da tarde, quero tua voz roca no meu ouvido e passar a mão no pelo do teu rosto. Eu quero você, baby, quero você pra mim....


14 de outubro de 2012

Pelo vazio que não tem nome

Na verdade o que eu escrevo é uma tentativa de que meu lado são entenda o que se passa em mim nesses momentos totais de falta de lucidez. Sinto que começo a romper a barreira do limite entre a sanidade e a loucura, minha cabeça mais parece uma caixa cheia de pedra e meu corpo esta exausto de carregar essa carcaça de ossos inúteis e frágeis, que não conseguem me manter em pé nas horas de maior perigo. Tudo que eu queria era poder desabar sem medo, virar só mais um em qualquer outro lugar e ser lembrada apenas com saudade, meus erros seriam esquecidos e poderia ate ser capaz que eu me tornasse uma lenda, eu faria historia! O que dói hoje seria pó e ficaria nas pegadas da estrada sem norte que eu caminhar, seria um nada indo pra lugar algum.
Essas fugas de um eu dentro de outro que a mim é desconhecido é exaustivo e atormentador, eu me vejo em um espaço ao qual não consigo me adaptar e parece tudo ser grande de mais para minha insignificância, nessas horas não sei mais caminhar e na verdade não tenho chão, eu caiu em um vazio escuro e úmido, um lugar que se torna mais assustador ainda em saber que é algo perdido dentro de mim mas que eu nunca terei controle porque tenho medo de aventurar-me sozinha e esse desconhecido vem repleto de uma dor enlouquecedora, é uma pressão que assola minha consciência e me leva para longe do que é real ou não, quando vejo rompi os limites do emocional e me deságuo em lágrimas que aparentemente são sem motivo.
Eu procuro no que é concreto ou em alguma experiência já vivida algo que consiga explicar ou conceituar essa sensação, mas foge do controle, é alguma coisa que eu já senti antes, porém parece nunca encontrar resposta ou teoria para sua definição. É um encontro entre meu exterior ao que eu sinto no meu mais profundo íntimo, a tudo que tenho guardado dentro desse desconhecido. Nem o tempo parece ser capaz de ajudar ou remediar, sei que a cura está em mim, mas é simplesmente desesperador e angustiante esse caminho de encontro, despedida, rejeição e aceitação. Dói de sangrar, dói de sufocar e não me deixar ver mais nada além de algo concreto e perdido dentro desse espaço sem fim chamado inconsciente. Isso é um desabafo, só.

8 de outubro de 2012

Carta aberta ao outro eu

     Acho que na verdade o que falta é um amor, desses que sufoca, enlouquece, faz dormir, trás sorriso, paz, aconchego e queima por dentro quando fora ta frio feito madrugada de junho. Não é mais remédio, não precisa-se mais de remédio, precisa-se de mãos, braços, pernas e pêlo. Precisa-se de sorriso dedicado, letras rabiscadas em papel de bar com declarações instantâneas e clichês entre um golo de cerveja e outro, mas que tornam-se únicas pelo olhar que vem junto. Precisa-se de falta de limite ao que se refere a fazer o outro coração feliz. Sabe-se que isso é possível, que pode existir, só não encontra-se o caminho, o vestígio ou a pista de que está perto. 
    O coração é repleto de esperança e a cada ameaça do que se procura entra de cabeça como um surfista que parece encontrar a onda perfeita, quando na verdade não passa de ressaca. Mostrar a carência é terrivelmente perigoso e assustador, reconhecer essa dependência e fragilidade é pior ainda. Existe um coração, e ele é frágil, pequeno, sensível e extremamente carente. Policiar as palavras... é possível? É preciso estabilidade, cansou de extremos, é preciso saber horas, ver o telefone tocar com música especial, suspirar sem momento especial e saber que é feito alguma coisa por alguém, com o pensamento em alguém. 
   Só amor próprio não é o suficiente, esse discurso alto suficiente e totalmente egoísta não cola quando o íntimo sabe do que verdadeiramente precisa. Se vem não sei, mas reconhece-se a ausência e a necessidade, reconhece-se também que é difícil, e até quase impossível, forçar a vinda, não vem quando a gente quer, só quando é a hora, quando está preparado para essa chegada, quando cansar de achar que não vem e de repente tava ali, sendo como nunca nada foi. Mais dói a espera, dói o antes, dói a solidão e o silêncio de lágrimas, dói o vazio incompreensível e essa força que puxa pra baixo e tudo parece que não tem vida, que é doido. Dói porque dói, porque não encontra-se o porque e na verdade as coisas parecem não ter sentido, dói... e decididamente é difícil viver só, a alto suficiência é algo inexistente e ficar afirmando que mostrar sentimento é motivo de fraqueza é mais uma mentira enganaria, é tudo ao contrário, por fim.




2 de outubro de 2012

"O preço que se paga as vezes é alto de mais..."


Tenho um angustia em mim que parece não cessar, uma dor que dilacera o mais profundo pensamento e o silêncio da solidão noturna. Pergunto-me quem sou e o que fiz para não conseguir manter nada nem ninguém ao lado, porque me acostumei mais com a despedida do que com o prazer de poder zelar por um sentimento. Entreguei-me de mais, amei de mais, fui mais pra os outros do quê quem seja fosse pra mim. Fiz e faço o que esteja ao meu alcance pra poder fazer feliz quem eu quero, eu liberto o que amo na tentativa de ter do meu lado, mas...
Será que aprender a ser egoísta não seria a saída? São coisas simples do dia-a-dia que fazem falta, são gestos, palavras, ações, é chegar a noite e ter pra quem ligar, de quem receber mensagem, é ter a quem pedir socorro em hora de dor como agora. Eu sinto a ausência de ombros presentes, de brigas perdidas, do tesão da reconciliação, de poder falar sem ter que policiar minhas palavras, de poder dizer que amo...
Eu decidi ser a “mulher de atitude”, ser dona de minhas responsabilidades, resolvi dá a cara a tapa pra vida e fazer aquilo que minha insensatez e minhas loucuras queriam, só esqueci de trabalhar o lado ser só, esqueci que quando se faz uma escolha se perde outra parte, mas eu juro que também acreditei poder  ser legal esse lado do “amor livre...”, não fui aceita, não fui entendida, não fui abraçada, o medo dos outros para comigo é constante e anda ao lado, ali, sem deixar que ninguém fique, que se aproxime, que decida entender quem eu sou de verdade e o que eu quero. É cuidado, é carinho, é atenção...
O peso da solidão é atormentador, enlouquecedor, corroí as horas, os cantos da cama, queima no peito e dói na barriga. E tudo se enche e transborda pelos olhos, como agora. O quarto parece um abismo no qual caiu sem nenhuma perspectiva de encontrar algo sólido e seco pra poder me proteger. No fim sou eu, o que eu criei e o que eu decidi ser contra aquela que insistentemente persiste em se mostrar dentro de mim. 

Olhos de ressaca.


Aos olhos de ressaca mais lindo que pude conhecer e, em parte, viver. Ao que atraiu, me fez suspirar e gemer dos melhores prazeres, em parte meu Capitu, assim, com gênero inverso. A poesia é interpretada da forma que couber a seu leitor, entenda-a, sinta-a e conclua, são fragmentos de outro que uso para definir o que senti, exatamente assim:


"Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do céu terão marcado esse tempo infinito e breve. A eternidade tem as suas pêndulas; nem por não acabar nunca deixa de querer saber a duração das felicidades e dos suplícios. Há de dobrar o gozo aos bem-aventurados do céu conhecer a soma dos tormentos que já terão padecido no inferno os seus inimigos; assim também a quantidade das delícias que terão gozado no céu os seus desafetos aumentará as dores aos condenados do inferno. Este outro suplício escapou ao divino Dane; mas eu não estou  aqui para emendar poetas. Estou para contar que, ao cabo de um tempo não marcado, agarrei-me definitivamente aos cabelos de Capitu, mas então com as mãos, e disse-lhe, —para dizer alguma cousa,— que era capaz de os pentear, se quisesse."

(De Assis, Machado)