8 de outubro de 2012

Carta aberta ao outro eu

     Acho que na verdade o que falta é um amor, desses que sufoca, enlouquece, faz dormir, trás sorriso, paz, aconchego e queima por dentro quando fora ta frio feito madrugada de junho. Não é mais remédio, não precisa-se mais de remédio, precisa-se de mãos, braços, pernas e pêlo. Precisa-se de sorriso dedicado, letras rabiscadas em papel de bar com declarações instantâneas e clichês entre um golo de cerveja e outro, mas que tornam-se únicas pelo olhar que vem junto. Precisa-se de falta de limite ao que se refere a fazer o outro coração feliz. Sabe-se que isso é possível, que pode existir, só não encontra-se o caminho, o vestígio ou a pista de que está perto. 
    O coração é repleto de esperança e a cada ameaça do que se procura entra de cabeça como um surfista que parece encontrar a onda perfeita, quando na verdade não passa de ressaca. Mostrar a carência é terrivelmente perigoso e assustador, reconhecer essa dependência e fragilidade é pior ainda. Existe um coração, e ele é frágil, pequeno, sensível e extremamente carente. Policiar as palavras... é possível? É preciso estabilidade, cansou de extremos, é preciso saber horas, ver o telefone tocar com música especial, suspirar sem momento especial e saber que é feito alguma coisa por alguém, com o pensamento em alguém. 
   Só amor próprio não é o suficiente, esse discurso alto suficiente e totalmente egoísta não cola quando o íntimo sabe do que verdadeiramente precisa. Se vem não sei, mas reconhece-se a ausência e a necessidade, reconhece-se também que é difícil, e até quase impossível, forçar a vinda, não vem quando a gente quer, só quando é a hora, quando está preparado para essa chegada, quando cansar de achar que não vem e de repente tava ali, sendo como nunca nada foi. Mais dói a espera, dói o antes, dói a solidão e o silêncio de lágrimas, dói o vazio incompreensível e essa força que puxa pra baixo e tudo parece que não tem vida, que é doido. Dói porque dói, porque não encontra-se o porque e na verdade as coisas parecem não ter sentido, dói... e decididamente é difícil viver só, a alto suficiência é algo inexistente e ficar afirmando que mostrar sentimento é motivo de fraqueza é mais uma mentira enganaria, é tudo ao contrário, por fim.




2 comentários:

  1. Queridinha, vc tem uma fixação por pêlos, né?! Já te apresentaram depilação egípcia, ou de algas, de cêra... Qualquer coisa, até gilete serve!!! Putz!!!

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  2. Queridinha, vc tem uma fixação por pêlos, né?! Já te apresentaram depilação egípcia, ou de algas, de cêra... Qualquer coisa, até gilete serve!!! Putz!!!

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